Violência doméstica

Posted on 28/04/2011 por

0



Todos os dias um elevado índice da violência é trazido à tona nos mais variados tipos de noticiários. Entretanto, algumas formas de agressão aparecem reprimidas, o que não significa que são menos comuns na sociedade. Em ambientes onde muitos pensam ser seu “lar doce lar” podem estar escondidos verdadeiros inimigos, que irão fazer de seus familiares, suas próprias vítimas. Uma pesquisa do DataSenado aponta que, de cada 100 mulheres brasileiras, 15 vivem ou já viveram algum tipo de violência doméstica.

De acordo com a psicóloga Francine Correa, a partir do momento em que crianças são educadas sob essa percepção, a personalidade violenta começa a ser instituída. “Os meninos são ensinados ao revide, às lutas, à maneira física de defesa. Já as meninas são ensinadas a ficarem mais caladas, crescem achando que são mais frágeis que os homens, e isso as prepara para situações onde tornam-se suscetíveis aos desejos masculinos, a curto, médio ou longo prazo”, explica.

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Patrícia Galvão (www.agenciapatriciagalvao.org.br) revela que mais da metade das mulheres agredidas sofrem caladas e não pedem ajuda. Muitas vezes, a causa disso é o medo de represálias ou, principalmente, a falsa ideia de que foi “só uma vez”. Para o delegado Haroldo Luiz Vergueiro Davison, é esse motivo que estimula novas agressões. “Se o homem ver que sua vítima se sente intimidada, ele sente que tem poder sobre ela e, consequentemente, pode voltar a sofrer novas agressões”, explica.

O consumo de substâncias entorpecentes e bebidas ainda aparece como o fator motivador para o início de uma agressão. “É importante ressaltar que não são todos os alcoólatras que são agressivos, mas existe muitos homens que não aceitam que são dependentes dessas substâncias. Agressores são aqueles que apresentam distúrbios íntimos, pessoais, sexuais. Para transpassar uma falsa aparência, seja para amigos ou no ambiente de trabalho, eles acabam descontando naqueles que são mais frágeis, no caso, na família”, enfatiza o delegado.

Em muitas situações, apenas a força física já é suficiente para causar traumas, porém, em algumas, ocorre a utilização de armas ou objetos que são usados como ferramenta para aumentar seu potencial diante da vítima. “Muitos casos também fazem com que as mulheres, cansadas da de serem humilhadas, acabem cometendo crimes em sua legítima defesa. Para se defender dos agressores, elas chegam a cometer assassinatos e tornam-se mais agressivas que o próprio companheiro”, salienta Davison.

Custo econômico da violência

Um em cada cinco dias de falta ao trabalho no mundo é causado pela violência sofrida pelas mulheres dentro de suas próprias casas, de acordo com dados do Banco Mundial (web.worldbank.org) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (www.iadb.org). Além disso, a cada cinco anos, a mulher perde um ano de vida saudável se ela sofre violência doméstica.

O estupro e a violência doméstica também aparecem como causas importantes de incapacidade e morte de mulheres em idade produtiva.

Um estudo ainda estimou que o custo total da violência doméstica oscila entre 1,6% e 2% do PIB de um país.

Veja a campanha “Onde tem violência, todo mundo perde”:

http://www.youtube.com/watch?v=aye41dZOD3Y&feature=player_embedded

Reportargem especial sobre violência doméstica exibida pela Rede Globo:

http://www.youtube.com/watch?v=VuUMXw4rY8M&feature=player_embedded

Posted in: Geral